OS DIREITOS QUE O BRASILEIRO TEM

12/12/2011 23:40

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 Do mês de junho de 2011 ao início de dezembro do mesmo ano, sete ministros do governo federal -Antônio Palocci (PT), ex-chefe da Casa Civil;  Alfredo Nascimento (PR), ex-ministro dos Tranportes; Nelson Jobim (PMDB), ex-ministro da Defesa; Wagner Rossi (PMDB), da Agricultura; Pedro Novais (PMDB), do Turismo; Orlando Silva (PC do B), do Esporte; Carlos Lupi (PDT), do Trabalho - deixaram seus “valiosos” cargos, todos por suspeita de corrupção, exceto Jobim. Esses sete afastamentos revelam sérias falhas no governo como por exemplo a “necessidade de apoio no congresso”. Para ter “apoio”, o governo entrega os ministérios para serem “saqueados” pelos partidos.

É fácil entender como se dá esse “saqueamento”: trata-se de um problema estrutural e está ancorado no tal “presidencialismo de coalizão”. Esse termo, criado por estudiosos do campo político, define o “loteamento dos ministérios” entre os partidos da base governista. Com esse sistema, todo governo se vê forçado a buscar alianças das mais espúrias, com partidos com os quais não tem nenhuma identificação. Assim, enquanto predominar a política de distribuição de cargos públicos esse sinistro processo de corrupção vai perdurar.

Basta se interessar um pouco pelo que ocorre na política que se percebe que essa forma de governar está sucumbindo o “Brasil honesto”  ao peso da corrupção quase generalizada.

A corrupção no nosso meio já tomou tamanha proporção que praticamente qualquer um que ocupar um cargo desses vai desviar dinheiro. Só para exemplificar um caso básico de corrupção generalizada: se você chegar em um determinado açougue e pedir um quilo de carne moída, muito provavelmente o açougueiro vai aproveitar, sem que você note, e inserir no meio alguns pedacinhos de retalhos de carne, aqueles pedaços que são popularmente denominados “muxiba”. Você vai pagar, levar para casa, comer e não vai nem perceber que foi trapaceado.

Obviamente, na administração pública o problema é mais grave e complexo. O exemplo acima e outros exemplos, também simples, ilustram apenas  que a corrupção está por todos os cantos. Na política, é mais complexo justamente porque  os corruptos têm como guarida as leis.

Tentamos explicar mesmo que de forma rápida o problema das leis: na época da lamentável ditadura (mais ou menos de 1964-1985) as pessoas não tinham nenhum tipo de defesa. Eram cometidas toda sorte de injustiça... Findado esse trágico período, os juristas, bem intencionados,  se viram “na obrigação” de editar leis que dessem direito de defesa aos brasileiros e assim acontece até hoje, só que de maneira deturpada: quem tem condições de pagar bons advogados, praticamente sai impune das mais sórdidas acusações porque sempre tem o “direito de defesa”, “de recorrer”... Nós brasileiros, ordeiros, pagamos caro por esses “direitos” que os nossos políticos corruptos sabem que  têm garantidos por lei.

Não sei o que você que está de frente para esse computador pensa, mas eu acho que a lei do direito de defesa, o tal presidencialismo de coalizão e outros nítidos problemas estão nos fadando a trabalhar para alimentar um sistema de governo injusto, “democraticamente arbitrário” e propício à perpetuação da corrupção.

Pense e discuta essa ideia, mesmo que você não concorde. 

 

Adilson Ramos da Silva

Psicólogo

Contato: diramus@yahoo.com.br